Saturday, October 21, 2006

HORIZONTE FERIDO

Rio 2003.
Tá feia a coisa. Propomos processamento libidinoso coletivo: vamos todos mamar na vaca ou preencher o vazio humano, que gerou o atual monstro homicida. Argumentamos contra os procedimentos que pensam ser a palmatória exemplar do mundo. Ou mesmo, contra o desejo incestuoso, que encheu nossos ouvidos de gritos de guerra e atitudes esvaziadas ao vender a própria alma ao diabo e gerar o monstro do matricídio democrático em todos os cantos do planeta.
Por estar a serviço da pilhagem e invadir nosso lar ("outrora doce e amoroso") com a paranóia da nova ordem internacional, sem nenhuma ética ou justificativa plausível, processa-los, internacionalmente, pela ejaculação precoce das perspectivas, que poderá nos deixar de tanga, como Peles Vermelhas à mercê do limbo dicotômico do colonizador falso moralista. Ao morrer na praia tentando escapar da sina, como último recurso propomos prestar mais atenção à nossa própria bunda.
Reação defensiva diante dos fatos que faturam em nome do sucesso a qualquer preço. Contradição da modernidade, que condenou o estado brasileiro ao retrocesso em nome do domínio alienante da economia. Jogos de palavras, de sabor nativo, que saldam prazerosamente nossas dívidas retroativas. Acumulação capitalista de propinas, no esvaziamento de qualquer poder de reação pelo comprometimento exemplar com o velho_ novo mundo. Violência pautada pela falta de critérios seletivos, como a angustia dos náufragos diante da imensidão do mar de lama, que transformou nossos horizontes em monocromáticas manchas de sangue.
Aloysio Emílio Zaluar

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